sexta-feira, 3 de julho de 2009

A era da Tecnologia Sem limites

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Você nunca se sentiu incomodado ao ver como algumas pessoas interagem com seus dispositivos móveis como celulares, smartphones e notebooks? A agência Harris Interactive, em parceria com o grupo de etnografia da Intel, revelou hoje (17/06) os resultados de uma pesquisa intitulada “Mobile Etiquette” que estudou os novos “maus hábitos” que surgiram com a revolução da tecnologia móvel.

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A pesquisa foi realizada on-line entre — 8 a 10 de abril de 2009 — dentro dos EUA com 2.160 pessoas adultas com mais de 18 anos. Segundo ela, 90% das pessoas entrevistadas se sentem frustradas pelo modo como as outras pessoas utilizam seus dispositivos móveis em alguns lugares, por exemplo 72% deles acham que a pior coisa é digitar textos nos seus celulares/smartphones ao mesmo tempo que dirigem. Outros 63 % reclamam das pessoas que falam alto no telefone em locais públicos — incluindo assuntos pessoais (55 %) — e 54% não gostam de ver alguém digitando mensagens na companhia de outras pessoas. O curioso é que a mesma pesquisa revelou que apenas 38 % dos entrevistados admitem ser “digitalmente incorretos” na hora de digitar textos em público.

Outros hábitos ainda mais estranhos trambém foram reportados pelos entrevistados como segurar a fila do caixa enquanto termina uma ligação (abaixo), usar notebooks num banheiro público (lá em cima), ou ouvir os bipes de alguém digitando algo dentro da igreja, durante um funeral ou no consultório médico.

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Segundo Genevieve Bell antropóloga cultural e Intel Fellow, a medida que a tecnologia entra cada vez mais na vida das pessoas — incluindo seus bolsos, mochilas e bolsas — é impressionante constatar como as pessoas estão ainda definindo o que é e não é socialmente correto fazer com esses dispositivos. Algo que ela chama de “tecnoetiqueta“.

E mesmo que esses novos hábitos ainda estejam na sua infância, Bell diz que o ideal é vermos o que o bom senso, normas oficiais e até mesmo aquilo que nossos pais e professores nos ensinaram como referência. Diz ela:

  • Os especialistas concordam que digitar enquanto dirige é um tipo de distração e uma prática por sinal muito perigosa — além de não ser ergonomicamente confortável. Ou seja, mantenha o laptop fechado e o smartphone à distância. E caso seja realmente necessário, pare o carro em um local seguro antes de mandar uma mensagem. Isso pode evitar uma multa ou coisa muito pior.
  • Como os celulares ainda não vêm com dispositivos de invisibilidade ou cones do silêncio (como o do agente 86), enquanto eles não existirem procure um local mais calmo ou discreto para manter a conversa apenas entre aquele que fala e aquele que ouve, evitando assim que mais alguém ouça suas conversas.
  • Bell disse que, recentemente, jantou com uma pessoa que confessou ser a única no banheiro que não usava um BlackBerry — e ele não sabia se sentia-se chocado ou um estranho no ninho. Claro que você às vezes precisa fazer uma chamada, mas existem lugares que deveriam ser considerados fora dos limites como banheiros e vestiários públicos, locais de culto, restaurantes, na companhia de outras pessoas e em especial no meio de um encontro — a não ser que você queira fujir de alguma roubada — mas isso já é outro caso de etiqueta social.
  • Minha mãe (e acredito que a mãe de vocês) ensinou que compartilhar é bom. Mas acontece que ela não está sempre certa. Ao assistir vídeos no seu computador em locais públicos, certifique-se de usar seus fones de ouvido já que nem todo mundo deseja compartilhar da sua distração. Além disso, é feio ficar olhando por cima dos ombros dos outros a não ser que você esteja morrendo de vontade de ver qual é a marca daquele belíssimo celular novo que o cara da frente está mexendo.
  • E como estamos falando em compartilhar, a tomada elétrica do café ou do saguão do aeroporto com conexão Wi-Fi estão alí para todos. Se você notar que outros estão esperando para usar a tomada, desconecte sua fonte e compartilhe a corrente elétrica com todos, ou faça como um de meus amigos e carregue uma régua de tomadas. Você fará um monte de amigos imediatamente!
  • Algumas pessoas não conseguem andar e mascar chiclete ao mesmo tempo e sou uma delas — disse Bell. Muitos mais não conseguem andar e escrever em seus telefones ao mesmo — e também sou uma delas! Ela confessa que aprendeu da pior maneira (batendo o dedão do pé ou se envolvendo em situações ainda mais constrangedoras) a parar em algum lugar e terminar a mensagem. Caso contrário, corre-se o risco de atropelar pessoas, trombar com hidrantes ou provocar uma grande confusão com sua tecnoetiqueta.

Tomada nacional(ista) flerta o consumidor...


Já faz algum tempo que falamos sobre o novo padrão nacional de tomadas e, ao escutar o rádio hoje, entre uma nota sobre o Michael Jackson e outra, ouvi uma propaganda de uma loja que já está oferecendo os novos conectores elétricos. O que era uma movimentação silenciosa começa a entrar na mídia para tentar conquistar os corações e mentes do consumidor brasileiro.


Para quem ainda não foi apresentado, trata-se da norma regulamentadora ABNT NBR 14136:2002, que estabelece um padrão nacional de desenho para plugues e tomadas que devem gradativamente substituir os mais de dez modelos usados no país até o ano de 2010. Ele pode ser facilmente identificada pelo formato sextavado que cria um encaixe mais firme entre o plugue e a tomada e alguns detalhes pouco perceptíveis, como diferentes diâmetros para pinos de maior ou menor potência - 4 mm para 10 Amperes e 4,8 mm para 20 Amperes. Isso impedirá, por exemplo, ligar um aparelho muito potente numa tomada subdimensionada.

Pelo que já pesquisei sobre esse assunto, a idéia de criar um padrão próprio de tomadas nacional é o fato de que não existir oficialmente uma norma internacional, de modo que cada país puxa a sardinha para seu lado com seu projeto tecnicamente mais funcional e seguro que a concorrência do resto do mundo. De fato, a nova tomada nacional tem seus méritos, mas fico imaginando como o consumidor vai receber esse novo padrão, de um certo modo imposto meio na porrada.

Alguns críticos dessa iniciativa dizem que num mundo globalizado não tem muito sentido criar mais um novo padrão exclusivamente nacional — como o PAL-M (cuja base teórica é até interessante, mas de boas intenções o inferno está cheio) — o que também cria um tipo de reserva de mercado para componentes elétricos e isso sem falar dos adaptadores de tudo quanto é tipo, cor e padrão de qualidade com e sem o selo do Inmetro.

É isso aí pessoal, encham o peito de orgulho e comecem a cantarolar:

A tomada de força é nossa!
Com o brasileiro, não há quem possa…
Ê eta conector de ouro,
É bom de carga, é mais seguro!